Grande Grande Susto!

Foi o que apanhámos hoje!

A filhota tem estado doente, com febre, há já alguns dias. Ontem, como a febre se mantinha e estávamos preocupados, ligámos para a pediatra que achou melhor ela ser vista no hospital. O pai foi com ela enquanto eu fiquei a tomar conta do mano, com o coração apertado. Regressaram 4 horas depois: fizeram-lhe um raio x, análises ao sangue e não encontraram nada. Deve ser uma maldita virose, mas mesmo assim receitaram-lhe um antibiótico.

Dormiu bem a noite, mas acordou novamente com febre. Esteve murchinha toda a manhã, deitada no sofá da sala. Só se levantou para ir tomar banho comigo. Quando a chamámos para almoçar, lá veio, mas nem chegou a começar a comer porque se queixou de dores de barriga e foi à casa-de-banho. Fomos lá vê-la, eu e o pai, e ela disse que estava a fazer cocó e que lhe doía um pouco a barriga. Deixámos a porta encostada para nos chamar se precisasse.

Só me lembro que de ouvi o autoclismo (ela estava na casa-de-banho perto da cozinha), via-a sair da casa-de-banho e via-a cair mesmo à entrada da cozinha! Dei um grito, o pai veio a correr e eu fui buscar o jarro da água! Molhei-lhe a testa e vi que ela já estava de olhos abertos, branca como a cal, os lábios então, nem me quero lembrar!

O pai virou-a com muito cuidado e pediu-me para chamar o 112. Eu liguei, mas assim que atenderam comecei a chorar e só consegui balbuciar: "A minha filha desmaiou...", o pai é que falou a seguir.

Fui para ao pé dela, fiz-lhe festinhas na cara, dei-lhe beijinhos. Ela começou a choramingar: "Mãe, não quero ir para o hospital, não quero ser internada!". Tentei acalma-la o melhor que pude, o pai entretanto também veio e disse-me para não lhe mexer muito no braço, porque talvez estivesse deslocado (quando ela caiu, vimos o braço torcer-se todo). Perguntamos-lhe como se sentia, se lhe dói alguma coisa, ela disse que só lhe doía o queixo. Prometi à princesa que se fosse preciso ir ao hospital, eu iria com ela. Fui buscar-lhe uma manta para a tapar, porque com receio de a levantarmos, continuava deitada no chão da cozinha.

Voei para lavar os dentes e colocar algumas coisas numa mochila (entre as quais o peluche favorito), e voltei para perto deles. O pai foi deitar o bebé, que coitado, estava a acabar de almoçar e ainda não tinha comido a fruta, mas para além de ser ter assustado com o nosso alvoroço, não queríamos que ele visse a mana ali caída no chão. Chorou um bocadinho quando o pai o deitou, mas acabou por adormecer.

Chegou o INEM (não sei se demorou muito se não, para nós demorou séculos). Duas raparigas ainda novas, muito atenciosas, fizeram perguntas, falaram com ela, verificaram se o ombro estava deslocado (não estava, felizmente!) mediram-lhe a febre (não tinha) e fizeram-lhe o teste da glicemia. Ligaram para a central para pedir um conselho sobre se deveriam ou não leva-la para hospital para fazer mais exames, mas de lá disseram que não seria necessário. Mandaram vigia-la, deixa-la descansar e obriga-la a comer.

Foi almoçar, dei-lhe o almoço à boca, e ela lá comeu, sempre dizendo que não tinha fome.

Dormiu uma boa sesta (comigo a vigia-la a pedido dela e porque não queria deixa-la sozinha). Só quando a vi a dormir é que não me contive e desatei a chorar. O pai, como sempre, é que me acalmou, mas senti-o tão nervoso quanto eu! Não se consegue descrever o que sentimos! Uma aflição, uma angústia, uma dor, e muito medo! É a segunda vez que ela desmaia (da outra vez, foi há quase dois anos, estava eu grávida do Filhote), mas hoje senti exactamente o mesmo medo que da primeira vez!

Acordou bem disposta, mas não queria comer. O pai fez o nosso lanche preferido: panquecas! Foi a muito custo que lhe dei uma panqueca e um iogurte. Com muita brincadeira e a dar-lhe a comida à boca.

Agora está a ver televisão, deitada no sofá... parece tão pequena, tão frágil!

Desculpem o posto ser tão longo...